domingo, 25 de outubro de 2009

24 de Outubro, Dia Internacional da Acção Climática

As Alterações Climáticas deixaram de ser apenas uma ameaça para converter-se em realidade, quando certos fenómenos como o degelo do Árctico, a seca ou os fenómenos climáticos extremos se tornaram inequívocos. Actualmente, alguns efeitos prejudiciais das Alterações Climáticas são inevitáveis, mas ainda é possível controlar a sua dimensão, o que no entanto exige uma acção imediata.
O dióxido de carbono é o principal gás com efeito de estufa, sendo em grande medida responsável pelas Alterações Climáticas e seus efeitos, entre os quais se destaca a subida da temperatura. Assim, o primeiro e mais importante passo a dar neste momento é controlar a concentração de CO2 na atmosfera. Vários estudos indicam que 350 ppm é a concentração atmosférica máxima de CO2 para evitar fenómenos globais catastróficos e alterações drásticas, como a subida da temperatura em mais de2ºC.
Actualmente, a concentração do CO2 na atmosfera já atingiu os 390 ppm, de modo que o primeiro passo é controlar as emissões para que os mecanismos naturais de absorção do planeta possam actuar para a reduzir.
O movimento 350.org surgiu com o objectivo de consciencializar a população mundial e mobilizá-la numa iniciativa de dimensão histórica de manifestação da vontade pública de que os líderes mundiais se comprometam claramente na luta contra as Alterações Climáticas, através da adopção do objectivo dos 350 ppm de CO2 na atmosfera.
No próximo dia 24, dia Global da Acção Climática, decorrerão simultaneamente mais de 4500 acções em 177 países organizadas pela 350.org para exigir aos líderes políticos a acção eficaz no combate às Alterações Climáticas. O dia celebrar-se-á a seis semanas da Conferência do Clima das Nações Unidas em que decorrerá a assinatura de um sucessor do Protocolo de Quioto, que estabelecerá as novas metas de redução de emissões dos gases de efeito de estufa.
A nível nacional há várias iniciativas planeadas. Assim, a Quercus e o Condomínio da Terra associam-se à 350.org com acções em Lisboa (Padrão dos Descobrimentos) e em Gaia (tabuleiro superior da Ponte D. Luís) e em Montemor (Herdade do Freixo do Meio) que culminarão com a formação de um 350 humano.
Por outro lado, o CEAI e o Agrupamento de Escolas da Amareleja, em colaboração com as padarias da região, vão distribuir 350 pães em sacos de papel fechados com etiquetas contendo diferentes mensagens apelando à segurança climática. O dia será marcado também por um percurso de bicicleta entre a Amareleja e a Estação Biológica do Garducho, onde depois serão emitidos 5 minifilmes dedicados às Alterações Climáticas com a duração simbólica de 350 segundos.

sábado, 17 de outubro de 2009

Agricultura Biológica

A agricultura biológica tem crescido no nosso país a um ritmo superior à média europeia, sendo de assinalar o aumento do número de agricultores e da produção das explorações que, nos últimos seis anos, quadruplicou.

Esta prática, que produz alimentos de forma ambiental, social e economicamente sustentável, reduz a utilização de adubos minerais e pesticidas quiímicos de síntese e obriga à rotação das culturas, permitindo evitar a esterilidade dos solos e obter alimentos mais saudáveis.

Ao contrário da agricultura convencional, a agricultura biológia aplica métodos naturais de controlo de pragas e doenças. Os agricultores utilizam bacilos e insectos capazes de eliminar infestantes, de forma a salvaguardar a saúde humana e a preservar simultaneamente o ambiente.

As vantagens desta agricultura residem nas técnicas naturais de cultivo. Não existe uma só produção, mas várias e em pouco espaço. Isto facilita a circunscrição das pragas e a localização dos problemas. O facto de não se fazer duas vezes seguidas a mesma cultura, no mesmo local, permite que as pragas capazes de atacar uma cultura, não ataquem a seguinte.

Os produtos que resultam desta forma de agricultura alternativa são reconhecidos como de grande qualidade, maior valor alimentar, mais saborosos e menos perecíveis.

A primeira produção portuguesa deste tipo surgiu em 1983 e, até à data, tem vindo a conquistar adeptos, sendo de salientar a relativa juventude dos agricultores, com idade média dominante compreendida entre os 40 e os 49 anos.

Apesar da procura de produtos biológicos ter vindo a crescer, os agricultores debatem-se, ainda, com problemas relacionados com a sua distribuição e uma maior aceitação por parte dos consumidores. De facto, os respectivos preços de venda são, geralmente, mais elevados, devido não só a custos de produção superiores aos da agricultura convencional, decorrentes de uma produção em pequena escala e mais vulnerável aos condicionalismos naturais, assim como a margens de venda mais elevadas, pois são considerados produtos de luxo.


Correio Agrícola, Julho de 2006