sábado, 26 de junho de 2010

Estudo: Golfinhos escolhem as presas de acordo com o seu valor energético

Ao contrário do que se pensava até agora, os golfinhos comuns não são oportunistas i.e., não se alimentam de acordo com a disponibilidade de presas, seleccionado os peixes com maior conteúdo energético por grama de peso.


No Reino Animal existem diferentes estratégias de alimentação vão desde a especialização – quando os animais se alimentam exclusivamente de um tipo de alimento – até ao generalismo – que se caracteriza pelo consumo de uma grande variedade de alimentos.

Estes constituem os extremos de um espectro que inclui uma infinidade de formas intermédias como é o caso da especialização ou do generalismo sazonais, em que uma dada estratégia alimentar é característica da espécie apenas em determinada estação do ano, não se verificando nas restantes.

Tendencialmente os animais generalistas são também oportunistas i.e., escolhem os alimentos de acordo com a sua disponibilidade no momento. Até agora, pensava-se que os golfinhos comuns pertenciam a este grupo de animais.

No entanto, um estudo recentemente publicado na revista Journal of Experimental Marine Biology and Ecology sugere que tal não é verdade.

A equipa liderada por Jerome Spitz, da Universidade de Rochelle, em França, analisou os conteúdos estomacais de vários exemplares de golfinho comum, Delphinus delphis, acidentalmente capturados nas redes de pesca de atum no Golfo da Biscaia.

Os resultados revelam que os animais escolhem activamente os peixes de que se alimentam preterindo, por exemplo, peixes com menos de 5KJ de energia por grama de peso, apesar de serem os mais abundantes.

Com efeito, as três espécies mais abundantes - Xenodermichtys copei, Serruvomer beanii e Stomias boa ferox com um conteúdo energético de 2,2KJ/g, 2,1KJ/g e 2,8KJ/g, respectivamente - foram significativamente menos consumidas que Notoscopelus kroeyeri e Benthosema glaciale, que fornecem 7,9KJ e 5,9KJ de energia por grama de peso.

Outros estudos realizados com uma espécie diferente de golfinho – Stena coeruleoalba – obtiveram resultados semelhantes.

Os autores sugerem que esta selectividade por parte dos golfinhos pode ser explicada pelas suas elevadas necessidades energéticas que advêm do facto de serem animais de “sangue quente” sociais, que percorrem grandes distâncias a velocidades elevadas diariamente.

Fonte: news.bbc.co.uk

Ficha de espécies - Bico-grossudo

O Bico-grossudo é uma pequena ave, cuja característica mais notável está evidenciada no seu nome comum – o bico. De forma triangular, a sua força pode exceder os 50kg de pressão, razão pela qual consegue alimentar-se de duros frutos e sementes.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS


O Bico-grossudo (Coccothraustes coccothraustes) é um passeriforme granívoro, pertencente à família Fringillidae, onde também se incluem Pintassilgos, Tentilhões e Verdelhões. Em Portugal, o Bico-grossudo é o representante de maior dimensão desta família: pode pesar 60g, que é cerca de 3 a 4 vezes mais do que um Pintassilgo, tem um comprimento de 18 cm e uma envergadura que pode ultrapassar os 30 cm. Tem uma cabeça grande, um pescoço largo, um bico extremamente forte, adunco e triangular e uma cauda muito curta. A plumagem é dominada por um castanho avelã, com as costas castanho-escuro e um anel cinzento-claro no pescoço. As asas são preto-azuladas, com um painel branco muito visível em voo, e a ponta da cauda e as infracaudais são brancas. Tem uma mascarilha negra que envolve os olhos e a base do bico. Durante a época de reprodução o bico é preto e durante o resto do ano, amarelo-claro.

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA


O Bico-grossudo distribui-se desde a Península Ibérica e Norte de África até ao Japão, passando pelas ilhas Britânicas, Escandinávia, Turquia, Caucaso, Sibéria e Mongólia.

Na Europa a espécie ocorre em 32 países e calcula-se que o efectivo populacional, que aumentou ligeiramente nos últimos anos, se situe entre 1 e 1,5 milhões de indivíduos, concorrendo a Alemanha sozinha com mais de 300 000 indivíduos. As densidades máximas de Bico-grossudo, que ocorrem por exemplo nas florestas da Polónia, podem atingir os 68 casais por quilómetro quadrado.

Em Portugal, ainda que em densidades aparentemente baixas, a espécie ocorre desde Trás-os-Montes ao Algarve.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Na maior parte da Europa a tendência populacional da espécie é estável ou em ligeiro aumento, daí que não esteja entre as espécies europeias de conservação prioritária. O seu estatuto de conservação é Favorável e a principal ameaça parece ser, em alguns casos, a perda de habitat e eventualmente alguma pressão cinegética.

HABITAT

O Bico-grossudo frequenta fundamentalmente as copas de árvores de folha caduca, em florestas de quercíneas, galerias ripícolas, sebes e até parques urbanos. De uma forma geral evita as coníferas. No Norte de Portugal é mais frequente em pomares, sebes ou bosques de árvores frondosas. No Sul utiliza fundamentalmente os montados de sobro e de azinho, os povoamentos de pinheiro manso, pomares e olivais.

 
ALIMENTAÇÃO

O poderoso bico desta espécie permite-lhe consumir um grande número de sementes, frutos e rebentos, incluindo pinhões, azeitonas e bolotas. Por vezes ingere os frutos para chegar até à semente. Principalmente durante a época de reprodução, também consome diversas espécies de invertebrados, incluindo aranhas, caracóis, lagartas e coleópteros.

REPRODUÇÃO

Os Bicos-grossudos são monogâmicos e nidificam isoladamente ou na proximidade de outros casais. Em Portugal iniciam a reprodução em finais de Abril. Constroem um ninho na copa de uma árvore, onde a fêmea põe 4 a 5 ovos azuis-claros ou cinzento esverdeados. A incubação dura 11 a 13 dias e as crias são alimentadas por ambos os progenitores. Abandonam o ninho 12 a 13 dias após a eclosão. Reproduzem-se pela primeira vez no ano seguinte.

MOVIMENTOS


A população do Norte e Centro da Europa migra para o Sul do continente. A população do Sul é sedentária e efectua durante o Inverno movimentos nómadas em busca de alimento, sendo frequente, neste período, que as aves se agrupem em bandos que podem atingir os 100 indivíduos.

LOCAIS FAVORÁVEIS À OBSERVAÇÃO


A baixa densidade da espécie no nosso país, aliada aos hábitos esquivos da espécie, torna-a extremamente difícil de observar. Conhecer as suas vocalizações, em particular o seu chamamento curto, áspero e metálico, são meio caminho para a sua detecção. Mesmo assim, é frequente que as observações se resumam a um indivíduo a voar em altitude (50 m ou mais) e em contra luz. Dentro deste panorama pouco animador, as melhores oportunidades de observação talvez se encontrem nos montados que bordejam rios e ribeiras da margem esquerda do Guadiana, nas zonas de pinheiro manso e sobreiro da bacia do Sado e nas sebes de freixos que separam os lameiros do planalto Mirandês.

CURIOSIDADES

Experiência de laboratório revelaram que a força do bico desta espécie pode exceder os 50kg de pressão.

Fonte: Naturalink

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Não vai haver Compromisso Baleeiro

Já poucas esperanças restam para que os países a favor da caça à baleia cheguem a um acordo com os países que desaprovam a actividade. O chamado “processo de paz” vai-se arrastar durante este ano, pelo menos.

A Comissão Baleeira Internacional está reunida em Agadir para a possibilidade de se estabelecer um compromisso entre os países que promovem a caça à baleia e os países que se opõem a essa actividade. Mas, ao fim de dois dias de negociações, não se verificam progressos significativos e já não subsistem possibilidades para se assumir tal compromisso até ao final desta semana.


A proposta de compromisso levaria ao corte da cota de caça à baleia do Japão na Antárctica e à introdução de programas para as baleias sob supervisão internacional. A proposta é desde logo controversa porque, para muitos intervenientes desta reunião, é vista como uma forma de legitimar a actividade do Japão, da Islândia ou da Noruega.

Apesar da caça comercial à baleia estar banida desde 1986, através de objecções oficiais à decisão, a Islândia e a Noruega vão mantendo a actividade pelo interesse neste mercado e por ser sustentável, enquanto o Japão se escuda com as permissões reguladas para fins de investigação científica.

Perante um conflito internacional de interesses das últimas décadas, a Comissão Baleeira Internacional deu início a um processo de paz em Santiago há dois anos. O objectivo seria chegar a um compromisso ao fim do primeiro ano, mas é certo que o processo se deverá arrastar, pelo menos, ao longo do terceiro ano e muitos consideram que as relações têm piorado progressivamente.