sábado, 17 de outubro de 2009

Agricultura Biológica

A agricultura biológica tem crescido no nosso país a um ritmo superior à média europeia, sendo de assinalar o aumento do número de agricultores e da produção das explorações que, nos últimos seis anos, quadruplicou.

Esta prática, que produz alimentos de forma ambiental, social e economicamente sustentável, reduz a utilização de adubos minerais e pesticidas quiímicos de síntese e obriga à rotação das culturas, permitindo evitar a esterilidade dos solos e obter alimentos mais saudáveis.

Ao contrário da agricultura convencional, a agricultura biológia aplica métodos naturais de controlo de pragas e doenças. Os agricultores utilizam bacilos e insectos capazes de eliminar infestantes, de forma a salvaguardar a saúde humana e a preservar simultaneamente o ambiente.

As vantagens desta agricultura residem nas técnicas naturais de cultivo. Não existe uma só produção, mas várias e em pouco espaço. Isto facilita a circunscrição das pragas e a localização dos problemas. O facto de não se fazer duas vezes seguidas a mesma cultura, no mesmo local, permite que as pragas capazes de atacar uma cultura, não ataquem a seguinte.

Os produtos que resultam desta forma de agricultura alternativa são reconhecidos como de grande qualidade, maior valor alimentar, mais saborosos e menos perecíveis.

A primeira produção portuguesa deste tipo surgiu em 1983 e, até à data, tem vindo a conquistar adeptos, sendo de salientar a relativa juventude dos agricultores, com idade média dominante compreendida entre os 40 e os 49 anos.

Apesar da procura de produtos biológicos ter vindo a crescer, os agricultores debatem-se, ainda, com problemas relacionados com a sua distribuição e uma maior aceitação por parte dos consumidores. De facto, os respectivos preços de venda são, geralmente, mais elevados, devido não só a custos de produção superiores aos da agricultura convencional, decorrentes de uma produção em pequena escala e mais vulnerável aos condicionalismos naturais, assim como a margens de venda mais elevadas, pois são considerados produtos de luxo.


Correio Agrícola, Julho de 2006

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