Portugal perde o 1º lugar no ranking das emissões de carbono dos carros novos vendidos em 2009, mas mantém o 2º lugar no quadro dos 27 países da União Europeia.
De acordo com um relatório publicado hoje pelo T&E - Federação Europeia dos Transportes e Ambiente, Portugal é no quadro dos 27 países da União Europeia o segundo com menor valor médio (134 gCO2/km) de emissões de CO2 nos veículos automóveis novos vendidos em 2009, a seguir à França. Tal prende-se com o facto de os portugueses, face ao seu poder de compra, serem muito sensíveis ao preço do veículo e ao seu consumo de combustível. Entre 2006 e 2008, Portugal esteve no primeiro lugar da tabela.
Francisco Ferreira, Vice-Presidente da Quercus disse: «Os dados de Portugal em comparação com o resto da Europa são animadores no combate às emissões de gases de efeito de estufa causadores das alterações climáticas, apesar de desaceleração na nossa melhoria de eficiência. Pena é que Portugal com uma frota automóvel nova eficiente a esteja a renovar tão lentamente e que os portugueses usem demasiado o carro nas deslocações casa-trabalho.»
Em 2009, a redução das emissões de carbono por quilómetro nos novos veículos ligeiros foi variável entre os países da Europa. Portugal conseguiu a menor taxa de redução de emissões de carbono (3,6%) da Europa Ocidental, enquanto a Irlanda atingiu 7,9% de redução. Os países do Centro e Leste da Europa conseguiram reduções de emissões de carbono nos veículos ligeiros inferiores à média europeia. A República Checa e a Roménia são, pelo segundo ano consecutivo, os dois únicos países europeus com a pior eficiência no consumo de combustível nos novos veículos ligeiros.
Francisco Ferreira sublinhou que é preciso notar que «Portugal continua a ter um peso muito grande do sector rodoviário nas emissões poluentes». Sendo o sector dos transportes um dos que mais contribui para o crescimento das emissões de carbono, Francisco Ferreira desafiou o Estado e as empresas a estimularem mais o transporte público, incluindo o passe como regalia complementar em vez do automóvel, como forma de assumir efectivamente um real compromisso com uma política de sustentabilidade ambiental.
No final de 2008, foi aprovada legislação Europeia que limita as emissões médias dos veículos novos vendidos na União Europeia a partir de 2012. O relatório agora apresentado pela T&E vem mostrar que os diferentes desempenhos dos fabricantes de automóveis indiciam que o efeito desta legislação já se está a fazer sentir mesmo antes de 2012.
Jos Dings, presidente da Federação Europeia para os Transportes e Ambiente, comentou: "Esse relatório mostra que a grande melhoria conseguida na eficiência de combustível nos novos veículos não foi apenas o reflexo da diminuição do tamanho dos veículos, mas sobretudo da aplicação de novas tecnologias. Portanto, a tendência da redução das emissões de carbono nos novos veículos ligeiros é estrutural e continuará, portanto, quando o mercado regressar à normalidade. O regulamento europeu sobre os limites de emissão de carbono nos novos veículos ligeiros funciona e está a conduzir a indústria automóvel para o caminho da sustentabilidade ".
Fonte: http://www.quercus.pt/
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