Apesar das suas semelhanças com os pepinos das nossas hortas, os pepinos do mar são animais marinhos aparentados com as estrelas-do-mar e com os ouriços-do-mar, possuindo um conjunto de características particularmente interessantes e inesperadas.
Os pepinos do mar podem dever o seu nome à semelhança que têm com esse legume das nossas hortas, mas na realidade são animais marinhos, parentes muito próximos das Estrelas-do-mar e dos ouriços-do-mar, apesar de a estes não se assemelharem muito, pelo menos superficialmente.
Constituem um grupo numeroso, com cerca de 1250 espécies, do filo Echinodermata – a classe Holothuroidea, pelo que também são conhecidas como Holotúrias. São uma classe antiga, cujos membros actuais resultam de 540 milhões de anos de evolução desde o seu aparecimento nos fundos oceânicos (Lambert, 1995).
As holotúrias podem ser encontradas desde a zona intertidal até aos fundos das maiores fossas oceânicas em todos os oceanos do mundo, alimentando-se essencialmente de matéria orgânica em suspensão ou depositada no substrato ou de pequenos animais que capturam com os pés ambulacrários.
Bem adaptadas ao seu ambiente, possuem corpos tubulares alongados, com a boca e o ânus em extremidades opostas. O corpo é essencialmente constituído por músculos e tecido conectivo, não apresentam esqueleto ósseo, mas possuem inúmeras placas calcárias que consoante a contracção dos músculos, dão maior ou menor consistência ao corpo. Apresentam texturas variadas desde rugosa a muito suave, e em cores cobrem todos os espectros existentes.
Constituem um grupo numeroso, com cerca de 1250 espécies, do filo Echinodermata – a classe Holothuroidea, pelo que também são conhecidas como Holotúrias. São uma classe antiga, cujos membros actuais resultam de 540 milhões de anos de evolução desde o seu aparecimento nos fundos oceânicos (Lambert, 1995).
As holotúrias podem ser encontradas desde a zona intertidal até aos fundos das maiores fossas oceânicas em todos os oceanos do mundo, alimentando-se essencialmente de matéria orgânica em suspensão ou depositada no substrato ou de pequenos animais que capturam com os pés ambulacrários.
Bem adaptadas ao seu ambiente, possuem corpos tubulares alongados, com a boca e o ânus em extremidades opostas. O corpo é essencialmente constituído por músculos e tecido conectivo, não apresentam esqueleto ósseo, mas possuem inúmeras placas calcárias que consoante a contracção dos músculos, dão maior ou menor consistência ao corpo. Apresentam texturas variadas desde rugosa a muito suave, e em cores cobrem todos os espectros existentes.
Na grande maioria possuem os corpos cobertos de pequenos pés ambulacrários (apenas uma das 6 ordens que constituem esta classe não apresenta estas estruturas), que podem ter as mais diversas disposições na parede corporal. São animais de deslocação lenta, que recorrem tanto aos pés ambulacrários como ao movimento ondulatório do seu corpo, muito semelhante aos das lagartas, ou mesmo a movimentos natatórios.
São animais de crescimento lento que só atingem a maturidade entre os 5 e os 8 anos, podem, no entanto e consoante a espécie, atingir tamanhos consideráveis, variando o intervalo de tamanhos entre o 1 cm e os 5 m de comprimento.
O comportamento sedentário e o corpo mole da maioria das holotúrias coloca-as à mercê dos predadores, no entanto, elas desenvolveram substâncias químicas – toxinas, que os afastam, mas no arsenal defensivo das holotúrias estão também os tubos de Cuvier, uma estrutura filamentosa, extremamente adesiva e também de elevado grau tóxico, que são eviscerados quando as holotúrias são atacadas, molestadas ou simplesmente manuseadas. A evisceração é uma das suas mais particulares características, a outra é a sua capacidade de regenerarem os órgãos, vísceras e parte do sistema respiratório, que perdem com a evisceração.
Contudo, o que pode mais surpreender nesta classe dos equinodermes é o facto de algumas espécies fazerem parte da dieta alimentar de milhões de pessoas, nomeadamente no Japão, China e Coreia, desde há séculos, sendo considerado uma especialidade gastronómica utilizada nos mais variados pratos, mas são utilizados igualmente pela crença nas suas propriedades curativas e afrodisíacas.
Na verdade, cerca de 14 000 toneladas de holotúrias são descarregadas anualmente, a maioria das quais provenientes dos desembarques japoneses e coreanos de uma única espécie, que para além de pescada é igualmente criada em aquaculturas. As holotúrias constituem a base de uma indústria multi-milionária que processa a parede corporal destes animais e a comercializa.
Nem todas as espécies são comestíveis, e mesmo as que o são precisam de serem anteriormente preparadas.
As holotúrias podem ser consumidas em fresco (cru) ou em seco. Em seco, são conhecidas como Trepang (palavra de origem Malaia) ou Bêche-de-mer (uma adaptação francesa do nosso português bicho-do-mar), sendo considerado uma delícia gastronómica, utilizada em sopas e em pratos especiais. Depois de cozido, apresentam uma textura suave, cartilaginosa, quase transparente, absorvendo todos os sabores dos molhos e dos outros ingredientes.
Como se referiu, um dos motivos pelos quais os asiáticos consomem o Trepang é a crença nas suas propriedades curativas, as holotúrias são utilizadas medicinalmente pelos asiáticos, e em concreto pela medicina tradicional chinesa, no tratamento da artrite, de lesões dos tendões, ligamentos e articulações, em dores e inflamações musculares e no tratamento da hipertensão. Apenas nas últimas décadas do século passado, a medicina ocidental e os cientistas realizaram experiências no sentido de investigar a importância das holotúrias no tratamento da artrite e de outras doenças das articulações.
As holotúrias contêm as vitaminas A, C, algumas do complexo B, e alguns minerais, mas, e de facto, uma das suas mais-valias para os homens é o facto de serem uma fonte de mucopolissacáridos e de substâncias denominadas de GAGs – Glucosaminoglicanas, das quais se destaca o sulfato de condroitina, que é uma combinação de sulfato de glucosamina com açúcares.
A Glucosamina é uma forma de açúcar (amino-açucar) que se crê desempenhar um papel importante na formação e reparação de cartilagens. O sulfato de condroitina é parte de uma grande molécula proteica (proteoglicano) que dá elasticidade à cartilagem.
Estas substâncias têm sido extraídas de esqueletos externos de animais como a lagosta, o caranguejo ou o camarão, no caso da glucosamina e das cartilagens e traqueias de tubarões no caso do sulfato e já fazem parte de alguns suplementos alimentares e dietéticos.
Outra das mais valias das holotúrias são as suas toxinas, algumas espécies produzem toxinas de interesse farmacológico, e alguns compostos isolados até à data, exibem actividade anti-microbiana ou actuam como agentes anti-inflamatórios ou anti-coagulantes.
Os pescadores de algumas ilhas do Pacífico, por exemplo, utilizam as toxinas das holotúrias, algumas das quais inibidoras respiratórias para atrair os peixes e os polvos das rochas de forma a poderem ser mais facilmente capturados. Estes pescadores utilizam igualmente os tóxicos tubos de Cuvier como pensos rápidos em feridas que sangram.
Para além de serem importantes na nossa economia, as holotúrias assumem particular relevância em termos ecológicos, uma vez que são muito importantes na manutenção e melhoramento das condições dos ecossistemas onde se encontram. Como animais detrívoros em larga escala, são responsáveis pela reciclagem de cerca de 90% da biomassa dos fundos marinhos, além de que “arejam” o sedimento à semelhança do que as minhocas fazem com a terra.
Nota final:
Apesar de nenhuma espécie de holotúria constar na Lista Vermelha da IUCN, os exemplos de espécies ameaçadas a nível regional ou nacional devido à sobre-exploração dos stocks têm vindo a aumentar. Um destes exemplos de sobre-exploração vem do Arquipélago das Galápagos, em que a transferência do esforço de pesca do continente para as ilhas, em 1989, conduziu a uma redução dramática da população da espécie ali explorada – Stichopus fuscus até que em 1999 foi finalmente aplicado um plano de gestão das pescarias; outro destes exemplos é o da Baixa Califórnia cuja espécie explorada Isostichopus fuscus foi declarada, em 1994,em risco de extinção pelo Instituto Nacional de Ecologia do México.
Sem comentários:
Enviar um comentário