O trabalho de investigação concluiu que, entre 1996 e 2006, a maioria das famílias que viviam nos arredores do Parque Nacional de Kibale, no Uganda, melhoraram a sua vida através de um melhor acesso a água potável, posse de mais cabeças de gado e aquisição de um telhado de metal em substituição do de colmo que é característico das casas tradicionais.
Foi recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, um estudo que contraria a ideia generalizada de que as áreas protegidas contribuem de forma negativa para a prosperidade e bem-estar das populações envolventes.
A investigação, que teve como objectivo esclarecer a relação entre a conservação da Biodiversidade, os parques e a pobreza acompanhou a vida de 252 famílias que viviam a menos de 5Km do Parque Nacional de Kibale (Uganda) entre 1996 e 2006, e comparou-a com a de outras famílias que habitavam zonas mais distantes do parque.
Os resultados revelaram que, embora 10% das famílias do parque tenham tido de vender as terras, um sinal de pobreza extrema, a maioria prosperou mais ao longo dos 10 em que foram monitorizadas do que os agregados familiares que viviam longe da área protegida, através de um melhor acesso à água potável, a posse mais cabeças de gado e a substituição do telhado de colmo das casas tradicionais por um telhado de metal.
Os cientistas concluíram por isso que a pobreza que rodeia o parque não é consequência da sua existência.
Como explica Lisa Naughton, primeira autora do artigo recém-publicado “Se está preocupado com o bem-estar das pessoas que vivem à volta dos parques, não parta do princípio que é o Parque que os está a condenar à pobreza. Em vez disso, vire-se e olhe na direcção oposta. A terra está a tornar-se mais escassa e a maioria das florestas públicas foram eliminadas ou privatizadas. Há muitos outros factores, não apenas o parque”.
Fonte: http://www.news.wisc.edu/
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